O presidente da Asumas (Associação Sul-mato-grossense de Suinocultores), Milton Bigatão, anunciou o avanço dos abates de suínos registrados no último ano. MS, que ocupava a sexta colocação no ranking de abates de suínos, passou para o quinto lugar, encaminhando para a indústria 2,9 milhões de cabeças, ultrapassando o estado de Mato Grosso. O presidente da associação anunciou os números durante o VI Fórum de Desenvolvimento da Suinocultura de Mato Grosso do Sul, que aconteceu na terça-feira (14.mai), em Dourados.
“Na nossa frente, em volume de abates estão Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. São estados tradicionais na produção suinícola, diferente de Mato Grosso do Sul, que não carregava essa tradição há tanto tempo. O desenvolvimento não deve parar. Até 2026 devemos somar 150 mil matrizes, isso significa um avanço significativo”, explica o presidente da Asumas.
“E depois que nós conseguirmos a certificação, de livres de aftosa sem vacinação, as grandes indústrias e cooperativas, vão investir ainda mais em nosso estado, buscarão aproximação, justamente pelo trabalho que a Iagro faz”, completa Bigatão, ao valorizar o trabalho do Governo do Estado de MS, nas questões sanitárias do estado.
Programa Leitão Vida incentiva setor
Parte do desempenho da suinocultura de Mato Grosso do Sul, além da questão sanitária, é remetida à valorização da produção, por meio de iniciativas públicas e privadas, como o Programa Leitão Vida, que remunera o suinocultor pelas benfeitorias na propriedade. “A mensagem que passamos por meio do Leitão Vida, é: a gente quer que você [produtor] tenha condições de trabalho, assim como seus funcionários, que você gere energia, ou que faça a captação do biogás. E se você não gera energia, que você faça a queima do flare, para impedir que esse metano seja jogado na atmosfera e que o setor corresponda plenamente”, explica o secretário Executivo da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Rogério Beretta.
O programa, que conta atualmente com 274 estabelecimentos cadastrados, já repassou R$ 59 milhões aos suinocultores nos últimos quatro anos.
Para o diretor tesoureiro da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), Frederico Stella, a questão sanitária foi determinando para o avanço do setor. “O mercado está se expandindo para o setor após o status de livre de febre aftosa sem vacinação, além da rota bioceânica, que deve encurtar o frete em 15 dias para os países asiáticos, que são nossos maiores consumidores. Um encontro como esse é importante porque proporciona a troca de conhecimento em sustentabilidade e novas tecnologias. E nós precisamos estar preparados para atender a demanda que se abre”.
Abate cresceu 63% em 6 anos
A movimentação de animais para abate dos 6 últimos anos apresentou uma média de 2.555.736 animais abatidos por ano. Entre o ano de 2017 e 2023 houve uma evolução de 63,32% na quantidade de animais movimentados para abate indo de 1.951.124 em 2017 para 3.186.580 em 2023. O ano de 2023 apresentou o melhor desempenhos na série histórica de 2017 a 2023 conforme mostrado no gráfico 07 apresentando 3.186.580 animais abatidos.
O VI Fórum de Desenvolvimento da Suinocultura de MS reuniu mais de mil pessoas, entre produtores rurais, técnicos do setor e trabalhadores do campo. Foram 29 expositores e patrocinadores, além de 6 marcas apoiadoras. O evento integrou a programação da 58ª Expoagro.
Por José Roberto dos Santos