Quinta-Feira, 16 de Maio de 2024

DATA: 23/01/2018 | FONTE: TOP MÍDIA NEWS Família denuncia que médicos suspenderam medicamentos para mulher 'morrer com dignidade' Hoje, eles encontraram a paciente com aparelho desligado
Foto: Reprodução / Ilustração gráfica Caribel News

As filhas de Neuraci Vieira, 64 anos, internada com pneumonia há 74 dias no Hospital Regional de Campo Grande, denunciou descaso e que supostamente os médicos da unidade chegaram a retirar medicamentos para que a idosa pudesse 'morrer com dignidade'. Neuraci deu entrada no hospital no dia 11 de novembro do ano passado, com pneumonia e, nesta terça-feira (23), a idosa entrou em coma por conta do agravamento da doença.

Foto: André de Abreu

Tatiana Vieira Caminha Avelino, 32 anos, relatou que, após dar entrada no hospital, a mãe foi transferida no dia seguinte para a área vermelha. No dia 13 de novembro, foi levada para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). "Ela ficou internada e estava normal, mas desde então o estado de saúde dela foi piorando. No dia 25, os médicos começaram a dizer que ela contraiu uma bactéria que acabou se espalhando para o coração e pulmão".

A jovem ainda relatou que as médicas, identificadas como Luciana e Patrícia, começaram a não dar mais informações sobre o estado de saúde da idosa, e quando fornecidas, eram desencontradas. "Elas me chamaram em uma salinha e disseram que iriam retirar a medicação da minha mãe para que ela pudesse morrer com dignidade. Fizeram isso, o estado dela piorou, mas quando decidiram colocar de novo, ela apresentou melhora".

"Só que enquanto a gente perguntava sobre o estado de saúde dela, elas não respondiam. Um dia, perguntei para a Dra. Luciana e ela disse que não tinha jeito, que ela já era uma paciente morta e que não iriam fazer nada. Ainda questionei, perguntando, se o paciente teria 1% de chance de vida, se elas não iriam lutar e a deixariam morrer?", contou a filha aflita.

Mais denúncias

Patrícia Vieira Caminha, de 30 anos, grávida de dois meses, filha de Neuraci, também relatou casos semelhantes. "Eles tiraram a medicação dela por 20 dias. Chegaram até a desligar os aparelhos, mas depois, acabaram voltando. Um  dia, fui perguntar se ela iria para o quarto pelo menos, antes da situação ser mais grave, a Dra. Luciana me disse: 'não sei nem se vai sair viva daqui, tem que ir se preparando'".

Tatiana ainda contou que a mãe chegou a ficar suja de vômito por uma semana. "Eles não queriam limpar, eu pedi que me dessem um pano, que eu mesmo faria. Afinal, era a minha mãe e eu não tenho nojo. À noite, quando voltei, ela estava limpa", lembra.

Valdemar Moraes de Souza, presidente da Associação de Vítimas dos Erros Médicos de Mato Grosso do Sul, afirmou que está acompanhando o caso e deve acionar a 32ª Promotoria de Justiça para apurar a situação. "Isso não pode acontecer. Não podemos concordar com esse tipo de fala e de tratamento. Vou acionar o MPE, contar sobre o que está acontecendo e ver a possibilidade até de transferência. Mas a paciente está com quadro grave, porque está com infecção generalizada em razão da bactérias que contraiu no hospital".

Souza ainda lembra que nesta manhã, durante a visita, constatou que o aparelho que monitora os batimentos cardíacos da idosa estava desligado. "Chamei a médica e ela disse que estava tudo certo, mas quando veio o enfermeiro, o aparelho estava desligado. A médica me disse que a paciente entrou em coma hoje, mas antes, para a filha dela, disse que a paciente estava dormindo, isso não pode acontecer", finalizou.

Super bactérias

Outros acompanhantes também relaram casos de contaminação por super bactérias dentro do hospital. Gabriela, que está com o irmão de 28 anos internado há 25 dias, na UTI, também relatou que ele acabou contraindo uma bactéria.

"Sei que tem outro rapaz que está no UTI e ele também está com a mesma bactéria. Os enfermeiros dizem que não podem fazer nada, que são por conta da limpeza, mas é por conta das sondas, hemodiálise, que acabam sendo a porta de entrada para essas bactérias. Mas eu vejo que eles mesmos não têm cuidado. Lá tinha um paciente internado com meningite, e eles deixaram a porta do isolamento aberta, e eles mexiam no paciente sem proteção e depois viam ver outros pacientes", denuncia.

Por fim, Valdemar relembra outros casos de pessoas contaminadas pela bactéria morreram no hospital. "A menina estava com dois meses e foi internada com pneumonia e acabou morrendo no hospital. Outra foi mandada para casa com sangramento, foi para outro hospital e morreu lá. Tudo isso vou denunciar no MPE", finaliza. 





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