Os dois doleiros presos nesta terça-feira (15) em Mato Grosso do Sul, pai e filho, na operação “Efeito Dominó”, da Polícia Federal, são suspeitos de lavarem dinheiro para Luiz Carlos da Rocha, conhecido como “Cabeça Branca”, e apontado pela unidade como um dos maiores traficantes da América do Sul. Ele foi preso em julho do ano passado em Sorriso, Mato Grosso.
Segundo a PF, foram presos em Mato Grosso do Sul nesta terça, Hamilton Brandão de Lima e o pai dele Pedro Araújo Mendes Lima. O filho, com mandado de prisão preventiva, foi detido em um condomínio de luxo na Vila Nasser, em Campo Grande. Já o pai foi preso em Dourados, com um mandado de prisão temporária, válida por cinco dias. No imóvel onde ele estava foram encontrados e apreendidos R$ 27 mil em dinheiro e dois carros de luxo.
OS R$ 27 mil apreendidos pela PF em Dourados, nesta terça-feira (15), durante a operação Efeito Dominó, na casa do doleiro Pedro Araújo Mendes Lima (Foto: PF/Divulgação)
Além dos dois presos em Mato Grosso do Sul, a PF prendeu durante a operação, que foi voltada contra a lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas, outras seis pessoas, em cinco estados: Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Paraíba e São Paulo, além do Distrito Federal.
Um dos presos foi Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará, delator da Lava Jato. Ele atuava na Lava Jato com o doleiro Alberto Youssef e firmou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). O acordo foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A PF disse que vai avisar as duas instituições para que avaliem a rescisão do acordo.
Ceará foi preso preventivamente, em João Pessoa (PB). No final da manhã, ele deixou a sede da PF na Paraíba para ser transferido para a Superintendência da PF, em Curitiba.
Como delator da Lava Jato, Ceará mencionou os políticos Fernando Collor de Mello, Aécio Neves, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues.
O delegado da PF Igor Romário de Paula afirmou que, na época da delação, Ceará escondeu os crimes que ele cometia relacionados ao tráfico de drogas.
Segundo outro delegado da PF que participou da operação, Roberto Biasoli, as pessoas presas nesta terça-feira formam o "núcleo principal" da organização ligada ao Cabeça Branca.
Biasoli explicou que quase todos os presos tinham acesso ao Cabeça Branca, e que o contato com ele era restrito. Os presos, segundo o delegado são doleiros e lavadores de dinheiro.
Conforme o delegado, Ceará e Cabeça Branca passaram a atuar juntos a partir de 2016. Antes, em 2013, Ceará já trabalhava para traficantes, ainda de acordo com o delegado.