Uma mulher que teria sido presa no bairro Moreninhas por matar cachorros e vender espetinhos feito com a carne dos animais. Ela seria a maior fornecedora de espetinhos da cidade e região. A data não é precisa, nem o nome da acusada ou mesmo o boletim de ocorrência que registrou a prisão.
Para reforçar a notícia, que ganhou corpo nos grupos de WhatsApp, uma imagem impactante de cães pendurados em alças como se estivessem em açougues. Fotos de pedaços de carne espalhados pelo chão de uma casa e de um cão morto tendo o couro retirado. Por fim, a imagem de uma mulher negra sendo presa, com policiais militares ao fundo.
Suposta fornecedora de carne de cachorro para espetinhos. Não se sabe origem da foto (Reprodução/WhatsApp)
Todos os elementos desta denúncia fazem com que chegue a tremer o dedo de compartilhar a mensagem ao maior número de pessoas possível. Mas, é que tem um detalhe: a notícia é mais falsa que nota de três reais. E, mesmo assim, circulou em Campo Grande, nos últimos dias, como se fosse verdade absoluta.
A reportagem, que diariamente monitora as ocorrências criminais da cidade e do Estado, não encontrou qualquer vestígio de prisão decorrente de “venda de carne de cachorro”, “maus tratos contra animais” ou coisa do tipo nos últimos dias, conforme alardeia a mensagem.
Mas, nem era preciso ir tão longe: as imagens compartilhadas fazem parte de um boato antigo que só muda de endereço e que ressurge de tempos em tempos.
Imagem de "açougue canino" nem sequer foi tirada no Brasil (Reprodução/WhatsApp)